Poesias e poemas
Não sei se...
Não sei se deixo rolar
As canções que partem
Da minha alma
Num tempo dos carrosséis da vida!
É o vaso na janela
Flores ao derredor
É o vento...
Que canta em sussurro
Desfolhando
As páginas do meu diário!
É o balanço das plantas
Ou o canto dos pica-paus
É a pluma que cai de mansinho
Na minha caixa de música das saudades!
Respiro forte
O néctar das flores no meu jardim...
Vejo nuvens que correm
Em desalinho
Pelos céus que sempre foram...azuis
Deixo meus dedos
Rolarem pela grama verde
Dedilhando no teclado de piano
Surdinas musicais
É a lua que adormece...
É o sol que acorda...
Num recanto guardado da minha saudade!
Quando uma coleção de porcelanas antigas
Lembram-me os chás nas toalhas de linha branco
Acobertadas das iguarias, receitas europeias
Ah! Quanta saudade dos meus tempos de criança... crescida
Hoje só lembranças...lembranças...
Vera De Barcellos
(Na juventude o canto eterno das recordações da meninice)
Outono...
Outono...outro...doutro
É o trem que apita
FIIIUUUUU...FIIIUUUUU....FIIIUUUUU...
As paradas da vida...
Ë o pássaro que passa,
que voa,
que pia,
que aninha,
nos galhos doutras árvores
e doutros ninhos
em outra estação
de sorrisos Mil!
Quem sabe nas folhinhas
E no coração da mãe Natureza!
Choro pelas queimadas
Choro pelos machados
Choro pelas estradas
Choro pelas mil árvores
abatidas as estações
das minhas folhinhas...
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
E mais e mais...
Até quando estes choros reverterão
no coração dos anos?
Primavera onde está o teu canto Primaveril
Onde está?
Vera De Barcellos
( Uma viagem a cidade de Tubarão – SC com meus pais e irmãos )
Ao poeta...
Amigo
Tuas linhas
Filosóficas
Poetizadas
De tanta sabedoria
Vínculos
De outras vidas
Outras estrelas
Outros caminhos
Outras pedras
Em mil curvas
Da tua lida...
Viva poeta
As tuas metas
Com tua bandeira de AMOR !
Vera De Barcellos
(AO AMIGO QUE TAMBÉM É POETA)
Gotas
Gotas...
por cada gota...
gotas que despencam
na translúcida correria
dos tempos...
dos cansaços que gotejam
Desfilas hoje
pelas galerias da vida.
Lagrimas cristalinas
que teimam...
teimam a cair
em reluzentes cantorias
na hora
das Ave-Maria ...
Quanta paz...
E quietude
tão própria do anoitecer
pinceladas do pincel
core mil
multicolores e febris
sem nada mudar
pelos tempos
que sempre foram
serão sempre os mesmos !
azul anil ...
topázios e diamantes
riquezas dos olhos
doutros olhos
sempre ...
brilharam criadores das luzes
regidas...
em minha alma
que sempre reluz
em cores de primavera...
sim da primavera !
Vera De Barcellos