A Fogueira- Contos de Saritha
SARITHA
A muitos e muitos anos atrás perto das montanhas de Galaad na Transjosdânia, a avó da minha tetravó, dizia Saritha, contando que na época do verão a tosquia dos rebanhos era realizada por vários pastores da região. Ao término de todo o trabalho eram realizadas festas, para comemorarem a grande aquisição de lãs denominada a Festa Da Grande Revelação.
No final da primavera a grande festa estava em seu apogeu, quando surgiu uma anciã de uma beleza luminosa, qual uma santa em vigília contemplativa, trazia em suas brancas mãos uma vareta escura toda torneada com sulcos da terra vermelha, foi até a fogueira, escrevendo silenciosamente no chão em uma escrita antiga, depois fez uma reverência ao fogo e disse:
“Nos escritos da sabedoria dos antigos, as linhas do coração é fortalecida pelo fogo e este rege o comando da alma, que percorrendo caminhos nunca antes imaginados, inicia a grande iniciação do discípulo em direção aos Mistérios, da vida e da morte”.
Um silencio percorreu toda a clareira e a anciã colocando sua manta sobre a cabeça, da mesma forma que entrou, foi distanciando-se cada vez mais, desaparecendo na escuridão.
Os músicos pararam de tocar e as dançarinas de dançar, somente o criptar da fogueira faziam a sua harmonia, junto ao vento que bailava de mansinho.
Diga-nos Saritha, o que estava escrito?
Bem... Bem! Dizem que até hoje os escritos permanecem intocáveis em Galaad, mesmo passando centenas de anos, as areia tornaram-se rochas e estas servem de testemunhos pelo tão inimaginável episódio. Elas dizem que:
Os seres nos caminhos da luz!
... Onde duas estradas se cruzarem um dia
Sob o plano do DIVINO,
Possam eles hoje nesta única estrada,
Unirem-se ao seguimento da obra
Em auxílio de todos os irmãos
Que por ela vierem buscar
O Consolo, a Força, a Luz e o Amor...
Sejam dóceis como as ovelhas
Junto à natureza de si mesmo... Fraternidade.
Vera De Barcellos