150 anos de Cruz e Sousa 1861-2011
Florianópolis, 26 de novembro de 2012.
Poema apresentado na Sessão Solene “Medalha Cruz e Sousa”, entregue pelo Governador Colombo ás autoridades que se destacaram na área da cultura catarinense em 2012.
Este poema tem como fundo musical, execução e composição da musicista Vera De Barcellos intitulada “Os violões que choram” homenageando o poema com o mesmo título de João da Cruz e Sousa.
150 anos de Cruz e Sousa 1861-2011
Hoje meu canto descortina na madrugada
Ciclos nostálgicos de um outono
Que mansinho chega desenrolar suas matrizes d ‘ almas
Na nova estação na terra da antiga Desterro
Gostaria de descortinar num manto primaveril
Os gorjeios dos pássaros em revoadas
E sentir em minha própria pele
Todos os sentimentos que tiveste outrora
Hoje, comemoramos teus cento e cinquenta anos,
E reluzes em brilhos poéticos saudosamente
Nos ângulos profundos da evolução eterna
Fizeste a ti poeta nos teus delírios saudosos
Quando a alma sofrida em desalinho
Discorrendo de profundas feridas angustiosas
Pela tua pele negra
Do teu povo escravo alforriado
Teus passos em estradas fantasmas
Perambulando por matizes cada vez mais acinzentados...
Tua raiz, teu grito buscando a pátria e a tua liberdade.
Hoje poeta quero cantar
Um hino de libertação pelo teu grito de vitórias
Que retumbou tambores,
Parou guerras literárias e rompeu fronteiras,
Seguiste rios e ergueste bandeiras
E delineaste a milhões de almas
O império literário do teu verbo
Sensibilizaste a muitos, poucos te compreenderam,
E alguns te desprezaram.
Tua coragem nas mãos erguidas abolicionantes
Tuas palavras nas letras históricas e políticas
Teus gritos poéticos de liberdade
Foram traduzidos por dezenas de línguas
Tuas linhas poéticas circulavam diretrizes concordativas
Tocaram corações,
Simbolizando contornos sensíveis as almas que
Cantam o eterno musical da Libertação Universal
Possas hoje em repouso eterno
Olhar os horizontes profundos dos teus feitos,
Poeta Negro, Pérola Iluminada, farol para outros poetas
Caminhos para tantos discípulos literários
Em direção as obras dos imortais da Liberdade Nacional.
Teu manto de Luz toca todos aqueles
Que seguem resolutos os compêndios eternos
Da Luminosidade dos pequenos grãos de areia
Caminho em direção ao Solo Eterno
Sim, ao Solo Eterno
( Apresentado em 22 de novembro de 2011 Sessão Solene na Câmara
dos Deputados em Brasília- Distrito Federal- Plenário Ulisses Guimarães homenageando os 150 anos de Cruz e Sousa)