Homenagem aos cachorrinhos que encontramos nos jardins
Vi um cachorrinho!
Corre... corre
Solto na calçada
Perambulando pela vida...
Sem casa
Sem alimento
Sem dono
Sem saída...
Livre... livre !
Como o sol que nasce
Como a folha que cai
Como o vento sem asas
Ele ... o cachorrinho
late pelos caminhos que passa
Não sei se por alegria de estar livre
ou quem sabe
com saudade de um amigo
Late... late cachorrinho livre !
Livre com seu latido forte
Abranda o latido calado
Daquele outro cachorrinho
Que lá do alto do prédio ... quentinho
Com roupinha de bebê
Bem alimentado
Com papinhas e mingaus
Cheirosinho com shampos no seu pelinho
Caladinho... só escuta
Música suave ...
Com afagos da madame
Quem sabe brinca, como ela diz
“bibelô da mamãe...
Ah! cachorrinho se soubesses
Que quantos latidos calados
E sofridos
Não conheces
Pelos teus caminhos ?
Pensas com a tua liberdade:
Estes sempre estarão protegidos?
Será?
Ou em uma prisão de ouro
Centralizados pelos corações distorcidos...
Pobre cachorrinho!
Continua latindo calado...
muito calado o cachorrinho da madame.