Nossa Desterro

15/10/2014 23:41

 

NOSSA DESTERRO

 

O vento sul bradava forte e seguro

No alto verde do Morro da Cruz...

Saudando a Velha Desterro cantava:

Tu, minha Desterro,

Vejo nos meus sonhos despertos da mocidade

Teu véu brumoso do salitre branco e  puro

Das noites frias do teu inverno rigoroso...

Enamorada!

A tua lua que faceira e brejeira beija carinhosa

As águas claras e límpidas da tua lagoa encantada...

 

As carícias!

Do teu mar  crespo pelo vento nordeste

Acariciando em paixão as espumas brancas

Que nas areias rendadas veem tocar...

Vejo com carinho!

Os diferentes tons de verde das tua

s matas

O contorno sensual dos teus morros e montanhas

E me perco neles numa noite de paixão...

Ouço!

As rapsódias dos teus pardais e belas pombinhas

Em revoadas junto aos centenários vinte réis

Bailando sobre as beiradas das tuas águas, nas baias...

Delicio-me a observar

O desfolhar das folhas dos teus outonos

E meu coração vibra ( se vento tem coração)!

Com os cantos dos teus versos, das tuas prosas

E dos teus lindos vesperais

O encanto dos teus incansáveis escritores,

Desponta viril e inovadora a nova casa literária hoje

Academia Desterrense de Letras.

Vertendo suores e desvendando os mistérios

Da Velha e Maravilhosa DESTERRO

Defraudas com orgulho e fraternidade

Tuas sinfonias literárias

No  hino da história da tua gente

Com os mistérios da Terra de Sol e Mar...

            Eu vejo o tempo passar transformador e operante

Renovando em delírios poéticos

No alto do MORRO da CRUZ!

Teu vento sul... O vento sul de outros e mesmos tempos

Teu anjo protetor, tu VELHA DESTERRO...

 

Vera De Barcellos