Nossa Desterro
NOSSA DESTERRO
O vento sul bradava forte e seguro
No alto verde do Morro da Cruz...
Saudando a Velha Desterro cantava:
Tu, minha Desterro,
Vejo nos meus sonhos despertos da mocidade
Teu véu brumoso do salitre branco e puro
Das noites frias do teu inverno rigoroso...
Enamorada!
A tua lua que faceira e brejeira beija carinhosa
As águas claras e límpidas da tua lagoa encantada...
As carícias!
Do teu mar crespo pelo vento nordeste
Acariciando em paixão as espumas brancas
Que nas areias rendadas veem tocar...
Vejo com carinho!
Os diferentes tons de verde das tua
s matas
O contorno sensual dos teus morros e montanhas
E me perco neles numa noite de paixão...
Ouço!
As rapsódias dos teus pardais e belas pombinhas
Em revoadas junto aos centenários vinte réis
Bailando sobre as beiradas das tuas águas, nas baias...
Delicio-me a observar
O desfolhar das folhas dos teus outonos
E meu coração vibra ( se vento tem coração)!
Com os cantos dos teus versos, das tuas prosas
E dos teus lindos vesperais
O encanto dos teus incansáveis escritores,
Desponta viril e inovadora a nova casa literária hoje
Academia Desterrense de Letras.
Vertendo suores e desvendando os mistérios
Da Velha e Maravilhosa DESTERRO
Defraudas com orgulho e fraternidade
Tuas sinfonias literárias
No hino da história da tua gente
Com os mistérios da Terra de Sol e Mar...
Eu vejo o tempo passar transformador e operante
Renovando em delírios poéticos
No alto do MORRO da CRUZ!
Teu vento sul... O vento sul de outros e mesmos tempos
Teu anjo protetor, tu VELHA DESTERRO...
Vera De Barcellos