Tempos...
Nos campos descortinantes...
Vejo-te formosa
formosura
dos tempos altaneiros
idos
talvez dezenas...
centenas
perdidos dos acolhos dos ventos.
Dos refúgios dos nossos encontros,
das tardes fagueira,
debaixo das ameixeiras
da suave brisa...
brincadeira das palhas
em teus cabelos dourados
como o sol nascente !
Afaguei-os nos translúcidos
e tímidos momentos
da minha querência ...
Não olvidei tentar acariciar-te...
afastei então,
num sopro reluzente e quente
os fios de teus cabelos caídos ,
em tua face rosada
de pétala de rosas.
Quisera ter-te
em meus braços
tristemente...
somente apalpei
o desejo dilacerante
no meu peito febril
das paixões estonteantes!
Em um olhar cativante
repleto de afeição...
debrucei em cada linha
dos meus poemas...
teu canto enamoradamente
desnudando tua alma... envolvente
Musa... minha!
Tão cheia de encantos
delineados
nas areis das praias
dos meus sonhos juvenis!
Tempos...
quantos que deparei
a ter-te em minhas recordações..
talvez um dia!
Em um novo alvorecer!.
Talvez...um dia!
( psicografia de um grande amor- psicógrafa Vera De Barcellos)